segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O final inesperado.


Tendo eu anunciado o final da época das Galinholas e, convicto que seria a ultima jornada aquela que descrevi aqui com o título de, “um final feliz” não foi mais que a antepenúltima
Jornada, pois fui ainda mais 2 jornadas, uma delas muito à pressa onde abati dois pássaros e esta ultima que vou aqui relatar.
Com a certeza que seria mesmo a ultima jornada pois desta vez era o calendário que ditava que assim seria, lá rumamos eu e o Pedro em busca de talvez um grande final.
Começámos às 8h numa zona de eucaliptal já conhecida, terreno duríssimo de eucaliptos novos e finos muito juntos com um antigo corte que jazia já podre deixado no chão e que nos rasteirava a todo o momento, estevas, sargaço e algum tojo compunham o cenário, que apesar de bonito é muito duro pois está tudo numa ladeira inclinada onde quando em quando uns estreitos vales verdes e muito bicados pelas Galinholas, dividem o eucaliptal em pequenas manchas, foi nesta zona que tinha feito na outra semana 2 abates e 4 levantes, desta vez ia com a certeza que lá estavam pelo menos 2 pássaros.
Numa zona onde na outra semana o Faruck tinha ficado parado perto de um daqueles vales mas não saíra nada, ficava no mesmo local parado, à semelhança da outra semana não sai nada, um pássaro esquivo de final de época que ali tinha o seu reduto, pois o chão bicado denunciava a sua presença e confirmava a atitude do cão. O Faruck faz um rasto muito longo, o pássaro foi muito a pés quando no sentiu e estava já longe, ouço o beeper e vejo o cão parado no descoberto do pequeno vale eu, no meio da ladeira vejo a Galinhola sair, larguíssima, parada a mais de 30 metros, o cão depois de me sentir sai novamente no encalço dela, e na borda do vale já nos eucaliptos pega novamente no rasto dela, mas já não estava lá, o Eucaliptal acabava ali em frente, numa pequena franja já sem mato, pois as vacas ali raparam tudo, o cão fica novamente parado, o chão a descoberto antevia-se um rápido levante, aproximo-me mas ela sai antes de chegar, um voou de não mais de 30 metros, para o ultimo cantinho de eucaliptos, pois daí para a frente apenas verde a perder de vista, o cão pára-a no limite do mato nos últimos eucaliptos, acerco-me e ela sai por cima de mim e dos eucaliptos, abatida ao segundo tiro, o Pedro aproxima-se e vê-me ainda trémulo de galinhola na mão e com a adrenalina no auge pois o lance foi brutal, um trabalho fantástico do cão trabalhando este passar durante muito tempo, parando-a varias vezes até ma dar de bandeja à morte.
Pouco depois a setter novinha do Pedro pega no rasto de uma galinhola andarilha que sai já larga aos cães, é abatida ao segundo tiro, via-se a felicidade dele é sempre bom um cão novo começar nestas andanças positivamente.
Pouco depois vimos mais duas que estranhamente se levantam larguíssimas em sequer serem importunadas pelos cães, mas não demos com elas, creio que devem ter ido para o couto do lado. O Faruck sempre naquele galope forte e rápido mais ao jeito de um cão de competição do que de um cão de Galinholas corre por entre paus e estevas com o mesmo ritmo que tem se tivesse a galopar num prado verde, na extrema de outra mancha de eucaliptal pára outro pássaro que erro, mais à frente uns 100 metros, pára-a novamente e novamente a erro, saía sempre tapada, o Pedro erra-a também. Era hora de mudar de terrenos, para mais uma ladeira desta vez mais inclinada e com estevas cerradas e sargaço, o aspecto era bom, comentávamos um ao outro.
O faruck alheio a belezas e conversas de caçador começa a remontar, aviso o Pedro ele fica a ver o lance de um ponto mais alto, o cão entra em mostra o beeper toca, guia novamente e novamente entra em mostra, posiciono-me o beeper toca, toca, toca, sai o pássaro para a zona que eu pensava, abatida ao primeiro tiro, é cobrada pela setter do Pedro, que fica obviamente feliz pelo cobro da cadela, o lance foi brutal, só visto!
Logo de seguida mais uma parada atirada e penas no ar, realmente não a vi cair, os cães às voltas e nada de cobro, penso que largou o penacho mas não caiu ali.
Uma outra parada bem no topo do cabeço, mas que sai antes de eu chegar e muito tapada, erro-a e vejo-a passar o arame para o couto do lado, que pena!
Faruck em grande, pouco depois pega num rasto, faz meio cabeço com ela no nariz sempre a guiar, eu na sombra do cão à espera que ela saísse, o cão mal pára ela sai atiro e mais um abate, e um lance fantástico!
O Pedro ainda fez um outro abate e viu ainda outra que lhe saiu larga.
Vimos no total 11 galinholas, abatemos 5, e vivemos lances e momentos inesquecíveis, fica além dos abates o momento fortíssimo do Faruck que me parou 6 galinholas diferentes e uma delas parou-a 3 vezes, normalmente são as aberturas que deixam boas recordações, este ano foi o fecho de época que me deixou as melhores recordações!
Para o ano à mais, agora há que fazer os cães novos.